domingo, 8 de novembro de 2020

um dia, eu

tenho me sentindo um psicopata

nos últimos tempos,

vou a festas de pessoas estranhas

e as observo em seu habitats,

perdidas todas elas, mas não

mais do que eu;

sorrio, tento parecer normal,

danço conforme a música,

mas sou uma marionete sem titereiro,

e não há nada por trás nem

por dentro;

falo com mulheres do passado e elas

percebem facilmente o que me tornei,

loucas todas elas, e não me

dão nenhuma esperança;

e não há futuro, só pessoas e seus

rostos e fantasias decadentes,

arruinadas todas elas, e não há

um olhar familiar;

mas não é verdade, esse tempo todo

estive falando de mim,

da minha vida arruinada e do meu

passado agora apodrecido,

o qual se tornou a minha vida;

e não há o que lamentar,

eu vivi e tenho histórias para contar,

mas às vezes esse passado

é pesado demais, e me lamento,

lembrando que um dia eu vivi.

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