domingo, 29 de março de 2015

garrafas vazias

pontes queimadas e
navios afundados, à deriva
foi o que sobrou
tempestades estão a caminho
não há palavras que
descrevam
muitos já estiveram aqui

não há sapatos, roupas
pelo chão
ou garrafas vazias na cabeceira
da cama
apenas uma luz oblíqua entrando
pela janela

foram muitas idas e voltas
brigas
eu a mandei embora muitas vezes
ela chegou perto demais
e um dia não houve
volta
nada mais justo

só quero afundar num barril
de vodca
não é sempre assim no fim?