sexta-feira, 16 de setembro de 2016

o Prometeu pós-moderno

nesse instante acabo de perceber
que perdi
a centelha da vida
o improviso, a capacidade de
julgar o certo e o errado
vivo cambaleante
como o monstro de Frankenstein
talvez devesse ir viver
nas montanhas, onde não poderei
ferir ninguém

mas então eu logo percebo algo -
sempre vivi nas montanhas
procurando o fogo
Prometeu deve ter falhado comigo
mas aqui é seguro, em meio ao
cinza
em meio às cinzas desse fogo
faço parte de uma nova safra
de homens vazios

terça-feira, 13 de setembro de 2016

agora que as flores desabrocham

será que eu posso me dar ao luxo
de seguir meu coração?
enquanto as palavras engasgam
enquanto eu me torno frio
e distante
enquanto meu coração silencia
ainda posso viver?

nunca me senti assim antes,
nunca estive tão certo
e continuo tropeçando
nunca estive tão perto
agora que as flores desabrocham
e meu coração, tão frio,
encontra o calor
enquanto eu observo seu sorriso
como uma flor