sexta-feira, 16 de setembro de 2016

o Prometeu pós-moderno

nesse instante acabo de perceber
que perdi
a centelha da vida
o improviso, a capacidade de
julgar o certo e o errado
vivo cambaleante
como o monstro de Frankenstein
talvez devesse ir viver
nas montanhas, onde não poderei
ferir ninguém

mas então eu logo percebo algo -
sempre vivi nas montanhas
procurando o fogo
Prometeu deve ter falhado comigo
mas aqui é seguro, em meio ao
cinza
em meio às cinzas desse fogo
faço parte de uma nova safra
de homens vazios

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