estou ficando rancoroso
e feio
com o rosto inchado, marcado
e ferido
não sei se me escondo ou
mostro as minhas feridas
bem como as cicatrizes
vivemos num mundo de aparências
de políticos e novos ricos, os
quais apertam as mãos dos miseráveis
e depois limpam as próprias
com desinfetante
se tenho valores, não os reconhecem
não digo coisas bonitas publicamente
não visto um sorriso no rosto e
profiro idiotices agradáveis
muitos menos sou o cadeirante
iluminado, defendendo causas
nobres
estou aqui e todo dia visto as
minhas feridas
as minhas falhas
e faço da falta de sonhos
de ilusões, de idealizações
os meus valores
enchi o saco de aparências, de tentar
me vender
que seja um privilégio de quem
consegue
quando olharem para mim, quero
que vejam a feiúra
desde que seja algo verdadeiro
porque qualidades que pertençam
a mim, sem serem projeções
já cansei que reconheçam
se for assim
prefiro que nem me vejam
Um comentário:
Putz que dureza!
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