voltei a falar com ela e
sinto uma vontade de viver
a qual não estou habituado,
e não sei se leio, se ouço
música ou lhe digo tudo
que me vem à mente;
e ninguém entende, dizem
que estou louco,
que vou me magoar e devem
estar certos;
mas eles não entendem, como
não entendem o que Dylan
sente ao compor,
o que Hesse sentiu quando
escreveu o Lobo da Estepe;
eles não entendem, como nunca
entenderam, que toda obra
morre quando terminamos com ela,
seja uma canção, um livro
ou uma mulher;
e há beleza no fim, seguimos
vivendo e nossas obras também,
por vezes até as reencontramos
e agimos como se não fosse
nada demais, porque somos durões;
é quando eu percebo que nenhuma
obra, nem a mais bela delas,
nos pertence,
mas jamais as deixaremos saber,
nem enxergar as nossas lágrimas;
as malditas jamais nos deixariam
em paz.
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