sábado, 4 de maio de 2019

uma saída

sozinho no meu quarto
sob o longo açoite da morte
e procurando alguma saída desse buraco,
sem encontrar nenhuma
meu pensamento se volta para mulheres
uma em especial, a dançarina
me dou conta que minha salvação
sempre esteve entre um par de coxas
e um copo de rum

pode parecer banal, mas na escuridão
absoluta
entre o sexo e o nada
sob o peso do acaso da vida
a banalidade, a brincadeira e a música
podem ser a salvação
mas outros diriam que não se trata do banal,
mas sim de humanidade
e mesmo no buraco, sinto-me atraído por ela
ainda vivo
entre a nostalgia e um futuro incerto
esperando...